quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

MOÇAMBICANOS NA DIÁSPORA EMPENHADOS NA TRANSFORMAÇÃO DO PAÍS

Os cidadãos moçambicanos na diáspora procuram, de várias maneiras, dar o seu contributo para o desenvolvimento do país, através da implementação de projectos que podem constituir uma janela de oportunidades até para os mercados mais lucrativos. A forte ligação umbilical com o país de origem, mesmo estando dele afastado a milhares de quilómetros, mas com o desejo de dar a sua mão no processo de crescimento é o retrato da história de Inácio Macamo, radicado na Alemanha há sensivelmente 25 anos donde se envolve na luta pela transformação socioeconómica do país. Macamo deixou Moçambique para a Alemanha a busca de um sonho e, chegado ao país do velho continente, formou-se em medicina veterinária pela Universidade de Leipzig. Desde então, trabalha como veterinário na área de saúde pública veterinária. Apesar de estar longe do país há muitos anos, tenho sempre fortes ligações e como resultado disso, eu e outros moçambicanos decidimos conceber um projecto que pudesse acrescentar valor a economia e até gerar novas oportunidades ao país, explicou a fonte, acrescentando esta é a forma encontrada de usar a formação para ajudar a desenvolver o país. Desta feita, nasceu o projecto de abate de animais da espécie bovina, denominado MATAMA (Matadouro da Manhiça), baseado no distrito do mesmo nome, a 78 quilómetros da cidade de Maputo, província meridional de Maputo. O Matadouro da Manhiça vai, segundo a fonte, produzir carne de óptima qualidade e com padrões internacionalmente aceites, tanto do ponto de vista humanitário quanto ao bom estado de saúde animal, uma vez que o gado bovino ali abatido se alimenta de capim natural. Resultado de um investimento na ordem de 10 milhões de dólares americanos, o Matadouro da Manhiça está equipado de material moderno importado da Alemanha e começou, desde o dia 21 do passado mês de Dezembro, a funcionar a título experimental. Na altura, eram abatidas apenas 20 cabeças por dia, mas a capacidade do matadouro instalada vai até os 60 animais dia e, para o efeito, os trabalhadores que exercem a actividade passaram por uma formação por ele ministrada, para melhor responder a demanda sem o prejuízo da qualidade do produto final. Os próprios trabalhadores devem praticar ainda mais para que na altura em que estivermos a na plenitude do matadouro, que se prevê seja em Maio ou Junho, estejam completamente adestrados, explicou Macamo. Sem especificar o número exacto de fornecedores envolvidos, disse apenas que o matadouro trabalha com criadores do sector privado e familiar devendo o produto do abate abastecer o mercado moçambicano, mas aspira entrar para o mercado regional e, devido a alta procura daquela carne, que o país já possui, porquê não sonhar com o mercado europeu. A fonte disse, por outro lado, que no sentido de melhor responder as questões fitossanitárias a MATAMA vai não só comprar os animais, mas também se encarregar pelo seu transporte de acordo com as normas vigentes sobre a matéria, ao abrigo do regulamento de sanidade animal. No matadouro, depois de recebidos, os animais passam por várias fases de tratamento até ao abate onde o produto final é conservado em câmaras de refrigeração e o seu transporte para o mercado será feito em camiões frigoríficos preparados para o efeito. Questionado sobre a diferença entre a MATAMA e o matadouro da Avenida OUA, Macamo disse que a antiga unidade mais conhecida por Matadouro, localizado junto ao antigo terminal dos Transportes Oliveiras, em condições normais já não deveria existir. Na altura da sua instalação o nível de desenvolvimento da cidade de Maputo não era como hoje, mas o nosso matadouro tem a particularidade de respeitar as condições ambientais, desde o transporte dos animais bem como a classificação da carne, para que o criador tenha que receber por aquilo que fez durante a sua criação dos seus animais, disse a fonte. Os criadores do sector privado e familiar das províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, parte sul do país, são fornecedoras de animais ao matadouro e estão a ser envolvidos em programas de formação acerca dos cuidados a ter no processo de criação dos animais.

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