terça-feira, 19 de janeiro de 2016

NUMA FARMÁCIA PRIVADA EM SOFALA: Inspecção recupera medicamentos do SNS

A INSPECÇÃO Provincial de Saúde de Sofala apreendeu, há dias, mais de 46 tipos de medicamentos do Sistema Nacional de Saúde (SNS) na farmácia FEROZA, na cidade da Beira. Ricardo Manuel, inspector chefe provincial, diz que a acção surge no âmbito do trabalho de fiscalização da ética e deontologia do sector, com operações a estenderem-se pelos mercados, farmácias públicas e privadas. Segundo Ricardo Manuel, trata-se de uma acção que visa desencorajar o roubo e comercialização de medicamentos do Sistema Nacional de Saúde fora dos estabelecimentos hospitalares e a responsabilização dos autores que, vezes sem conta, prejudicam a sociedade. Integram a lista dos medicamentos apreendidos naquela farmácia privada, ostentando o timbre do SNS, o coartem, cotrimoxazol, ketoconazol, penicilina em comprimido, amoxicilina, fluconazol, entre outros fármacos. “Neste momento recorremos a outras instâncias para percebermos do proprietário daquele estabelecimento a origem dos fármacos de modo a que sejam responsabilizados os intervenientes no desvio, por se tratar de medicamentos destinados a uso exclusivo no SNS”, disse Manuel. As farmácias privadas têm o seu próprio fornecedor e os medicamentos não são timbrados. “Queremos desmotivar o desvio de medicamentos no sector público para a comercialização em lugares alheios”, explicou. A fonte garantiu que a inspecção inclui igualmente farmácias públicas com o objectivo de avaliar o desempenho dos profissionais da Saúde para fazer face às reclamações da sociedade em relação ao atendimento hospitalar e, desta feita, minimizar a problemática da falta de medicamentos nos hospitais que são desviados no MISAU. Recentemente, dois funcionários do sector da Saúde foram detidos pela Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Inhambane, em conexão com um caso de roubo de fármacos no Hospital Distrital de Zavala. Ambos funcionários afectos ao referido hospital foram surpreendidos pela Polícia, noite adentro, quando transportavam os medicamentos surripiados no interior do armazém local embalados em quatro caixas. “Eles foram interceptados pela Polícia, quando esta se encontrava a realizar o seu trabalho normal de patrulhamento nocturno”, disse um oficial da PRM afecto ao Comando Provincial de Inhambane. Os dois funcionários agora detidos confessam o crime. Na semana passada o vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saíde, reconheceu a gravidade do problema de roubos e desvios de medicamentos do SNS, mas garantiu que os maiores casos ocorrem a nível dos armazéns provinciais e distritais, bem como nas unidades sanitárias. Para contrariar esta tendência, Saíde recomendou que seja àqueles níveis que se deve concentrar atenção na vigilância e responsabilização.

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