terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Reassentados retornam às zonas de risco

Cidadãos
que no ano passado haviam sido retirados das zonas de risco para as áreas consideradas seguras na cidade de Nampula estão a vender os talhões atribuídos pelas autoridades municipais para retornar, e voltaram a fixar residências em espaços propensos a inundações e outras calamidades. Trata-se de famílias que tinham sido reassentadas nas zonas de expansão habitacional abertas pelo Conselho Municipal, em coordenação com o Governo do Distrito de Nampula, no âmbito da prestação de ajuda às famílias assoladas pelas intensas chuvas registadas na urbe. A decisão da retirada dos moradores das encostas de alguns dos bairros mais afectados pela degradação ambiental, com destaque para a erosão, foi tomada depois de as enxurradas que fustigaram a cidade naquele ano terem agravado aqueles problemas, que também contribuíram para a destruição de muitas casas de construção precária e consequente desabrigo de centenas de famílias. O presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Mahumudo Amurane, que denunciou recentemente a jornalistas a venda de talhões por parte dos beneficiários do reassentamento, disse que dada a gravidade da situação o Município vai processar judicialmente os envolvidos no negócio de terrenos e material de construção. “Essas pessoas já não podem contar com a nossa ajuda porque são oportunistas. Já orientei a minha equipa de trabalho para identificar as pessoas envolvidas, porque, por exemplo, as licenças de ocupação do solo que lhes atribuímos são intransmissíveis, mas eles venderam os terrenos e materiais de construção e voltaram para zonas impróprias para a construção de habitações”, realçou Amurane. De referir que depois de o governador de Nampula, Victor Borges, ter visitado o bairro de Muahivire-Expansão, um dos que foi mais atingido pelas enxurradas do ano passado na capital provincial, orientou a edilidade local e o Governo do Distrito de Nampula a acelerarem o processo de reassentamento das famílias que viviam em zonas de risco. Na cidade de Nampula a falta de transferência de famílias que construíram as suas casas em zonas impróprias constitui um dos factores que contribui para o agravamento da degradação das condições ambientais, principalmente na época chuvosa, como está a acontecer agora.

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