quarta-feira, 19 de outubro de 2016

EXÉRCITO DE KHALIFA HAFTAR MARCA PONTOS COM PETRÓLEO

Na Líbia, as forças leais ao governo estabelecido no leste do país capturaram um terminal petrolífero que estava até agora nas mãos das milícias fiéis ao outro governo, o que é reconhecido pela comunidade internacional. O país vive uma situação de caos político desde a revolução contra Muammar Kadhafi, que culminou com a morte do ditador, em 2011.
Este terminal de petróleo é o terceiro a passar para as mãos do governo do leste líbio. É por estas instalações que transita o crude líbio destinado às exportações.
A situação é ainda mais difícil de compreender se pensarmos que aqueles agora considerados rebeldes já foram o governo tido como legítimo.
O general Khalifa Haftar, antigo militar fiel a Kadhafi, dirige o exército nacional da Líbia. Durante muito tempo, a liderança dele foi reconhecida como a legítima pela comunidade internacional, mas passou a ser considerado rebelde quando se recusou a reconhecer o novo governo de unidade nacional. As tropas de Haftar controlam o leste da Líbia. Este governo paralelo é conhecido como o governo de Tobrouk.
A oeste, o governo de unidade nacional, de Fayez Al Sarraj, é reconhecido pelaONU e por várias capitais ocidentais. Há ainda os tuaregues, no sudoeste líbio, que não são fiéis a nenhum dos governos.
Além desta divisão política, há uma divisão entre as várias fações armadas: Na zona controlada por Haftar, estão o exército nacional líbio e a tribo Tubu. A oeste, a milícia Farj Líbia, braço armado do governo de Trípoli, e os tuaregues. A norte está o Daesh.
O presidente do conselho presidencial e primeiro-ministro Fayez Al Sarraj enfrenta agora duas frentes: O grupo estado islâmico, cuja progressão dem de travar – é o caso do que aconteceu em Sirte – e o exército de Haftar, que está a tomar conta dos recursos petrolíferos.
Tudo isso coloca em risco a sobrevivência deste governo, criado em março deste ano, com a chegada de Sarraj do exílio na Tunísia. Apesar da confiança da comunidade internacional, este executivo nunca foi aprovado pelo parlamento. Em dezembro de 2015, com a conclusão de um acordo promovido pela ONU entre as duas fações rivais, renasce a esperança de pôr termo à guerra civil. O acordo tem de ser ratificado pelos parlamentos das duas administrações autoproclamadas, mas o de Tobrouk recusa-se a assinar.
Haftar leva a cabo uma luta privada contra o grupo Estado Islâmico, mas ao mesmo tempo combate as milícias fiéis ao governo. Esta situação ambígua pode comprometer o combate à organização terrorista na Líbia.

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