Michel Cahen
lembra que Moçambique é um país "muito heterogéneo", onde nenhum grupo étnico
tem a maioria, e como tal "não pode ser representado só por um partido
político".
Aponta a descentralização como o ponto fulcral desta crise
político-militar e sustenta que seria um avanço a aceitação por parte da
FRELIMO, no poder, que algumas regiões do país fossem governadas por um
partido da oposição. "É uma situação muito clássica na Alemanha ou na
França. É uma partilha do poder que não põe em perigo a unidade nacional",
exemplifica.
"Mas na
tradição política da FRELIMO qualquer enfraquecimento da unicidade do poder
político já significa pôr em causa a unidade nacional", refere e finaliza:
"O que não corresponde em nada com a situação de Moçambique."
O professor
espera que as negociações se desenvolvam no bom rumo "porque senão a
RENAMO não se vai render". Além disso, acrescenta, "há muitos jovens
que querem entrar em guerra" e estes estão a ser travados "porque o
presidente do partido, Afonso Dhlakama, é um moderado".
[FONTE: DW]
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