Mais de 4.500 pessoas perderam os seus postos de trabalho no setor do carvão em Moatize, província de Tete, desde o início do ano, devido à paralisação da actividade de várias empresas mineiras.
A maioria dos despedimentos ocorreu no consórcio indiano ICVL, avançou a administradora do distrito de Moatize, principal região de exploração de carvão na província de Tete, citada hoje pela Rádio Moçambique.
"É preciso, neste impasse, termos um plano B", afirmou a administradora de Moatize, que espera que o impacto negativo provocado pela actual situação seja ultrapassado, referindo ter indicações da ICVL sobre o regresso à actividade e readmissão dos trabalhadores.
Depois de ter conhecido uma forte expansão desde 2009, o sector mineiro em Tete foi atingido pela queda abruta das cotações internacionais do carvão, arrastando em cadeia os investimentos das pequenas empresas.
Dados do Centro de Emprego de Moatize indicam que das 34 licenças mineiras concedidas pelo Governo desde 2009 todas estão a "meio gás" ou paralisadas, devido à combinação dos factores económicos e também à crise política e militar entre Governo e Renamo.
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| A combinação dos factores económicos e à crise político-militar entre as causas dos despedimentos. |
As empresas indianas Jindal, ICVL e Minas de Moatize paralisaram a produção do carvão mineral em Tete, após as multinacionais Riversdale e Rio Tinto terem desistido do negócio e vendido as suas concessões.
A brasileira Vale continua a explorar carvão em Tete, mas interrompeu pela segunda vez num mês o transporte da sua produção para o porto da Beira, na sequência de três ataques armados aos comboios da mineira no distrito de Cheringoma, Sofala, atribuídos pelas autoridades aos homens armados da oposição.
Apesar de uma quantidade crescente de produção de carvão, a multinacional tem acumulado prejuízos avultados em Moçambique e deverá vender 15% dos seus activos na mina de Moatize à japonesa Mitsui.
[FONTE:Lusa/Fim]
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