A Diáspora moçambicana na Europa pede solução rápida e pacífica às hostilidades militares que se registam na zona centro do país, com maior incidência na província de Sofala.
O grito pela paz foi manifestado ao deputado da bancada da Frelimo, Rui Conzane, durante os encontros que manteve com compatriotas residentes em alguns países europeus, no âmbito da sua actividade como parlamentar.
Segundo afirmou, a maior parte da comunidade moçambicana residente na Europa está preocupada com a tensão político-militar no país bem como com a situação que vive nos países onde residem. Rui Conzane disse que a situação político-militar faz com que muitos moçambicanos na Europa não tenham a possibilidade de se deslocarem ao país em visita familiar, que não vislumbrem a possibilidade de investir na sua terra de origem e/ou encontrarem na Europa potenciais investidores com os quais possam estabelecer parcerias de negócio.
“Em muitas comunidades existe o medo de vir ao país e encontrar uma situação de tensão político-militar. Eles pedem uma solução pacífica e apelam para que haja um diálogo que permita com que haja paz duradoura para permitir o desenvolvimento que todos nós almejamos”, disse, sublinhando a abertura do Chefe do Estado para o diálogo sem pré-condições com o líder da Renamo, facto demonstrado com a constituição duma equipa encarregue de preparar as condições necessárias para que o mesmo aconteça o mais rapidamente possível.
O parlamentar afirmou que é desejo dos moçambicanos na Europa que o diálogo que venha a ter lugar tenha o envolvimento da sociedade civil, de instituições democraticamente eleitas, como é o caso da Assembleia da República, o Conselho Constitucional e outros órgãos. Na sua opinião, a tensão político-militar que se vive pode ser discutida na Assembleia da República, onde estão representados os partidos mais votados nas eleições de 2014.
“A Assembleia da República deve desempenhar esse seu papel de representação no sentido de encontrar uma solução ao problema que se vive. Todas as forças vivas devem desempenhar o seu papel no sentido de ultrapassarmos esta tensão político-militar”, defendeu, sublinhando que é no Parlamento onde é aprovada a Constituição e são discutidas as leis visando o desenvolvimento do país.
Conzane disse que a pré-condição imposta pela Renamo de envolvimento no diálogo da União Europeia e do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, fecha a possibilidade de os moçambicanos a nível interno encontrarem, eles próprios, soluções para os seus problemas.
“O estabelecimento de pré-condições complica um diálogo que se pretende traga uma solução ao problema que estamos a viver. Os condicionalismos ao diálogo dificultam a realização desse mesmo diálogo, o que não é salutar para o que queremos. O facto de o Presidente da República ter criado uma comissão para trabalhar junto com a da Renamo na preparação de condições para o diálogo abre espaço para as partes encontrarem uma agenda a se discutir nesse diálogo. Pensarmos sempre que as forças externas são capazes de nos ajudar na solução dos problemas isso mostra que nós não confiamos nos nossos quadros, nas nossas capacidades. Temos de começar a cultivar a valorização do que é nosso, para olharmos além fronteira”, afiançou.
Para o parlamentar, não se deve buscar o alegado insucesso das sessões de diálogo que decorria no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano para justificar a necessidade de envolvimento de entidades ou forças estrangeiras para a solução da presente situação. Recordou que personalidades moçambicanas já estiveram envolvidas num passado não muito distante em processos de pacificação de outros países, pelo menos a nível do continente, figuras essas que, na sua opinião, poderiam também ser chamadas no processo de busca de soluções para o problema.
Entretanto, o deputado disse que alguns moçambicanos na Diáspora europeia estão a enfrentar dificuldades de se integrarem social e economicamente devido à vaga de refugiados que abala o Velho Continente. Apontou como preocupações gerais dos nossos compatriotas a documentação, nomeadamente o Bilhete de Identidade e o passaporte biométricos, assunto que, segundo afirmou, deve merecer uma rápida intervenção.
Os moçambicanos na Europa também estão preocupados com a obtenção de terrenos ou espaços para realizarem os seus investimentos e os respectivos DUAT’s e reclamam elevados valores monetários exigidos pelas Alfândegas para trazerem ao país os seus bens, muitas vezes adquiridos em segunda mão.
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