terça-feira, 8 de março de 2016

PRM alega ter descoberto material da Renamo numa casa em Maputo

O comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo, Bernardino Rafael, afirmou que, dentro da residência, foi também encontrado equipamento de comunicação e material de propaganda da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
"Preocupa-nos esta ligação entre o grupo que criava terror com catanas no bairro da Maxaquene [em Maputo] com esta residência [do bairro Luís Cabral], que albergava criminosos", afirmou Rafael, citado hoje pelo jornal Notícias.
O comandante da polícia em Maputo adiantou ainda que entre os bens apreendidos encontra-se um lote de fardamento da empresa de segurança privada G4S.
"Já notificámos a G4S para nos explicar sobre esta ligação entre aquela casa que albergava criminosos com o fardamento que se assemelha ao da Renamo. É desta casa que saía toda a logística dos criminosos para desestabilizar bairros como, por exemplo, o de Maxaquene", afirmou Bernardino Rafael.
O comandante da polícia em Maputo acrescentou que o proprietário da residência encontra-se foragido, exortando a população a manter-se vigilante.
Falando hoje em conferência de imprensa sobre o caso, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, acusou a polícia de falta de profissionalismo e má-fé, alegando que o equipamento apreendido pertence a empresas de segurança privadas.
"Associar o partido Renamo a qualquer assunto de natureza criminal é má-fé e visa justificar o fracasso da polícia no combate à criminalidade", disse Muchanga.
O porta-voz da Renamo adiantou que várias empresas de segurança privada usam uniforme de cor verde, a mesma do fardamento do braço armado do principal partido de oposição.
Moçambique vive uma crise político-militar, com confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da Renamo no centro do país e ataques a veículos em alguns troços da região atribuídos ao movimento.
Na segunda-feira, o principal partido de oposição condicionou o regresso ao diálogo com o Governo ao envolvimento da União Europeia, África do Sul e Igreja Católica na mediação da crise, após o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, ter anunciado a nomeação de três personalidades para contactos com a Renamo, visando o reatamento do processo negocial.
A Renamo ameaça tomar o poder, a partir de Março, em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.

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