terça-feira, 14 de junho de 2016

Oração realmente funciona para “curar” alcoolismo, diz pesquisa

Para os membros de longo prazo dos grupos de Alcoólicos Anônimos, a ciência
acaba de revelar uma boa notícia: as orações, de fato, ajudam a reduzir os
desejos pelo álcool, quando confrontadas com uma situação de estímulo.
Isso foi revelado de acordo com um novo
estudo que explorou a fisiologia do cérebro de pessoas viciadas em álcool,
envolvidas há anos em programas de recuperação. Os participantes que recitavam
orações, após verem imagens relacionadas ao álcool, relataram sentir menos
vontade de beber, além de exibirem um aumento da actividade em regiões do
cérebro que controlam a atenção e emoção.
O estudo, conduzido por pesquisadores da
NYU Langone Medical Center, tinha o objectivo de ser o primeiro a explorar a
fisiologia do cérebro de membros do AA. Logo, foram recrutadas 20 pessoas do
grupo para participarem do experimento. Os indivíduos que relataram a falta de
vontade de álcool uma semana antes do ensaio, foram colocados em um scanner de
ressonância magnética. Depois, foram-lhes mostradas fotos de bebidas alcoólicas
ou de pessoas que bebem. Cada imagem foi mostrada duas vezes.
Na primeira rodada, os participantes foram
convidados a ler uma matéria qualquer de um jornal. Na segunda, eles recitaram
uma oração do AA dos EUA, chamada “a oração da serenidade”, que visa promover a
abstinência do álcool. De autoria do teólogo norte-americano Reinhold Niebuhr,
ela foi adoptada por vários “programas de doze passos”, incluindo o AA, que usa
esta versão: “Deus, concede-me serenidade para aceitar as coisas que não posso
mudar, coragem para mudar as coisas que posso e sabedoria para saber a
diferença”.
Segundo os pesquisadores, o desejo pelo
álcool de fato diminui após os membros recitaram a oração. “Nossas descobertas
sugerem que a experiência do AA, ao longo dos anos, tinha deixado esses membros
com uma capacidade inata de usar oração para minimizar o desejo do álcool”
disse o autor Marc Galanter, MD, professor de psiquiatria e 
director da Divisão
de Alcoolismo e Abuso de drogas na NYU Langone.
“O desejo é reduzido entre os membros do
AA de longo prazo em comparação com pacientes que pararam de beber por algum
período de tempo, mas são mais vulneráveis à recaídas”, disse. Com os dados dos
exames de ressonância magnética, a equipe também foi capaz de detectar
respostas físicas no cérebro. Eles observaram alterações no córtex pré-frontal
– região do cérebro que controla a atenção – e em locais do cérebro que
controlam a emoção e a “reavaliação semântica” da emoção.
Galanter tem estudado o papel da
espiritualidade em membros do AA ao longo de uma década, e constatou que os
membros experimentam um “despertar espiritual”, que marca a transição para uma
atitude diferente em relação ao ato de beber. “Nossas descobertas atuais abrem
um novo campo de investigação em mudanças fisiológicas que vem acompanhadas do despertar
e da perspectiva de mudanças espirituais em membros do AA e outros“, disse
Galanter.
FONTE: Daily Mail
Foto: Tumblr





















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