quarta-feira, 29 de julho de 2015

VACINAS DEFEITUOSAS PODEM FORTALECER VÍRUS

As vacinas defeituosas ou "permeáveis" podem dar origem a vírus ainda mais poderosos, revela um estudo realizado em aves que levanta preocupações sobre o desenvolvimento de algumas vacinas em seres humanos. Quando uma vacina funciona como deve, como a da varíola, da poliomielite ou do sarampo, protege os vacinados e também previne a transmissão do vírus. No entanto, um novo estudo publicado na revista PLoS Biology, indica que as vacinas imperfeitas protegem as aves, mas também permitem que o vírus sobreviva de forma ainda mais prejudicial. "A nossa pesquisa mostra que o uso de vacinas 'permeáveis' podem promover a evolução das variações mais desagradáveis do vírus, o que coloca os indivíduos não vacinados num elevado nível de risco", explicou um dos autores, Venugopal Nair, do Instituto de Pirbright, no Reino Unido. "Estas vacinas permitem que os vírus virulentos continuem a evoluir", acrescentou. Os cientistas dizem mesmo que este tipo de vacinas é responsável por aumentar a resistência do vírus. O processo, segundo eles, não é tão claro como a evolução dos germes que desenvolvem resistência aos antibióticos. No entanto, o estudo mostra uma clara ligação entre a vacina defeituosa e o desenvolvimento de variações do vírus da doença de Marek, que pode ser mortal em alguns tipos de bovinos. Não há dúvida sobre a eficácia da vacina humana usada atualmente, mas esses resultados levantam muitas questões sobre o desenvolvimento de futuras vacinas, dizem os cientistas. "Agora a preocupação é a próxima geração de vacinas", explicou o co-autor Andrew Read, da Penn State University, na Pensilvânia, Estados Unidos. "Nós não queremos que doenças mortais como o ébola evoluam e nossa análise mostrou que isso poderia ocorrer no caso de vacinas imperfeitas ou 'permeáveis'". "É importante não interpretar este estudo como um argumento contra a vacinação de crianças contra a gripe ou outras doenças", disse ainda Peter Openshaw, do Imperial College London.

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