O Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugurou, hoje, a ponte ferroviária sobre o rio Umbeluzi no distrito de Boane, província de Maputo. Trata-se de uma infra-estrutura considerada estratégica nas ligações internas e nas relações comerciais com países vizinhos.
Na altura da inauguração, perante diversas individualidades, o Presidente da República disse que a ponte representa o cometimento do Governo na criação de infra-estruturas para o desenvolvimento, e destacou a qualidade da obra e a sua importância na dinamização do comércio nacional e internacional. Mas o Presidente da República entende que deve haver mobilização de tráfego para rentabilizar a infra-estrutura.
“Para que esta ponte atinja o objectivo para que foi concebida, é preciso que sobre ela flua o tráfego. E aí aconselhamos-vos a serem comercialmente agressivos para a mobilização do tráfego, porque senão a ponte não vai ter retorno rapidamente”, referiu o Chefe de Estado.
A nova ponte ferroviária, sobre o rio Umbelúzi, no Km 37+700 da Linha de Goba, vai permitir o aumento da capacidade de escoamento de carga para 5 milhões de toneladas por ano. Esta linha substitui a ponte que se foi degradando ao longo dos anos devido a vários factores e levou um ano e dois meses em construção, tendo custado 580 milhões de meticais à empresa Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique, após constatar que a reabilitação da antiga ponte custaria o equivalente com a desvantagem de ter as estruturas de suporte mais degradadas. A nova ponte, com 362 metros de extensão e que assenta em cinco pilares com uma altura variável entre 7 a 11,5 metros, tem capacidade para 27 toneladas por eixo contra 20 da anterior ponte e pode permitir a passagem de composições ferroviárias de até 100 vagões contra os anteriores 50.
O Ministro dos Transportes e Comunicação, Carlos Mesquita, destaca o facto desta obra ser inaugurada numa altura exigente em termos de infra-estruturas para responder aos desafios da procura nacional e da região.
Também o Presidente do Conselho de Administração dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, Victor Gomes, sublinhou a viabilidade da via interna e internacionalmente. É que a linha de Goba, com uma extensão de 74 quilómetros, é primordial para o transporte do açúcar produzido na Swazilândia através do Porto de Maputo, com volumes entre 200 a 240 mil toneladas por ano, bem como para importar a maior parte dos bens de que aquele país do hinterland (sem contacto com o mar) necessita. Esta linha serve igualmente para o transporte de minérios, trigo, passageiros e calcário pelo ramal de Salamanga.
A nova ponte de Boane também vai viabilizar o carvão de Witbank, África do Sul, através dos Portos de Maputo e o porto de Richards Bay.
A infra-estrutura foi projectada pela MZBETAR e fiscalizada pela mesma empresa. A construção foi adjudicada à portuguesa Mota-Engil África, sendo uma infra-estrutura mista de betão armado e estrutura metálica.
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