O Governo moçambicano anunciou a suspensão temporária da
importação e comercialização de carnes e frangos de origem brasileira e a
criação de uma equipa técnica para a avaliar os produtos abrangidos pela
medida.
"O Governo decidiu criar uma equipa multissectorial com
vista a verificar a existência de produtos importados do Brasil no mercado
nacional", afirmou em Maputo nesta quinta-feira, 30, a directora Nacional
do Comércio Interno, Zulmira Macamo, para quem “só a análise físico-química
poderá determinar se as carnes importadas do Brasil estão em condições para o
consumo humano”.
A decisão acontece depois da operação Carne Fraca ter detectado lotes supostamente alterados de produtos em algumas empresas exportadoras de carne no Brasil.
Macamo afirmou que a medida visa evitar danos para a saúde
dos consumidores e que só depois do trabalho da equipa agora criada o Governo
tomará uma decisão definitiva sobre a continuidade ou não da comercialização da
carne em Moçambique.
De acordo com dados oficiais, entre Outubro de 2016 e
Fevereiro 2017, Moçambique importou 360 mil quilogramas de frango, dos quais
324 mil através da empresa BRF, e 33 mil através da Seara Internacional, duas
companhias cujo nomes estão entre as empresas citadas na "Operação Carne
Fraca".
Os frangos da marca Sádia, Perdix e Ciara já não podem ser
vendidos em Moçambique.
Para garantir o cumprimento da medida, o INAE distribuiu 63
brigadas de fiscalização em todo o país que já retiraram das prateleiras 526
toneladas de frango, moelas, salsichas e peito de frango.
A União Europeia, China, Coreia do Sul, Japão e Chile, entre
outros países, chegaram a suspender a importação de carne do Brasil, o maior
exportador do mundo, mas alguns começam a retirar essa proibição depois das
medidas anunciadas pelo Governo brasileiro.
[FONTE: VOA]
[FONTE: VOA]
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